Acabei de descobrir esse termo e vi que sou desses, confesso. Gosto de morder – com delicadeza e carinho – as pessoas. Minhas filhas, minhas namoradas, são vítimas frequentes dos meus acessos de incontrolada reação à ternura/fofura/gostosura ou, se preferir, de odaxelagnia. Não acha que essas “mordidinhas de amor” são formas de carinho? Mas saiba que são e a ciência explica!
Quem nunca viu uma foto de um bebê fofinho e disse que tinha vontade de mordê-lo? Quem nunca num beijo ou momento caliente ali no cangote da parceira(o) não teve vontade ou deu aquela mordidinha de leve? Pois é, creio que assim como eu, você sofre de Odaxelagnia. Só não se assuste, porque não estamos sozinhos: a literatura médica estima que 87% das pessoas sofram dessa doença, mas não estamos falando de vampirismo nem de machucar pessoas, ok?
Odaxelagnia: quem nunca?
Essa vontade está associada ao prazer que temos ao ver/lidar com situações de extrema atração, nem sempre sexual. A origem da palavra Odaxelagnia vem do grego odax (morder) e já foi alvo de um estudo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. O experimento mostrou a 299 pessoas oito fotos de bebês, manipulados digitalmente para parecerem mais fofos, com olhos e bochechas maiores. Depois dessa exibição, os pesquisadores coletaram as reações dos participantes através de questionários. O resultado foi que quem sentia mais emoções positivas em relação aos bebês também tendia a apresentar mais emoções como apertar, morder e beliscar. Isso explica que o nosso cérebro reage muitas vezes com esses impulsos em situações onde somos expostos a imagens, cheiros e/ou texturas que nos causam muita ternura, carinho ou prazer.
Foto do dia
Já na seara do prazer sexual envolvendo o ato de morder, o Kama Sutra, livro que compila vários textos sobre costumes e práticas sexuais na Índia, considerado por muitos o guia mais importante sobre sexo, reserva uma boa parte do seus textos ao ato de morder. A publicação cataloga 8 tipos de mordidas “sexuais”:
- A mordida escondida: quando deixa-se apenas uma pequena vermelhidão no local, que pode ser qualquer parte do corpo ou no lábio inferior;
- A mordida inchada: trata-se de uma mordida com uma suave pressão com os dentes. A área “mordida”, dessa forma, fica levemente expandida/inchada. Indica-se a aplicação na bochecha, pescoço e axilas;
- O ponto: é uma mordida mais “precisa”, usando somente dois ou quatro dentes, que deixa uma única marca vermelha, um “ponto”. Indica-se a aplicação na bochecha, pescoço e costas;
- A linha de pontos: quando se morde com todos os dentes e se deixa aquela marca com a sequência de dentes formando uma “linha de pontos”. Indica-se a aplicação em partes mais macias como as nádegas e partes internas da coxa;
- O coral e a joia: é a mordida que é dada com os dentes e lábios ao mesmo tempo. Na metáfora, os lábios são o coral e os dentes são a joia. Indica-se a aplicação na bochecha e lábio inferior;
- A linha de joias: é a mesma prática anterior, só que aplicada com todos os dentes;
- A nuvem quebrada: é a mordida que consiste em levantamentos da pele, em círculos, produzidos pelos espaços que há entre os dentes. Indica-se a aplicação nos seios;
- A mordida do javali: é uma sequência de leves mordidas que deixam marcas como “as pegadas do javali no barro”. Indica-se a aplicação em áreas grandes do corpo como costas, lateral do troco e parte interna da coxa.
Pois é, depois de tanto pesquisar sobre mordidas para escrever esse texto, me senti menos “culpado” em relação à minha Odaxelagnia e com mais vontade de morder… E você, se identifica com essa vontade/prática ou está nos outros 13% da população? Me conta!
Fui (morder, por aí)!!
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