Sou muito suspeito para falar do riso. Primeiro porque amo rir, segundo porque estudo o humor na publicidade desde a faculdade, essa é a minha linha de pesquisa acadêmica. Um dos livros usados na minha bibliografia da monografia, O Riso, de Henri Bergson (1900), traz alguns pontos bem interessantes para entendermos a importância dessa “manifestação” em nossas vidas:
- Não há comicidade fora do que é propriamente humano. Uma paisagem pode ser bela, graciosa, sublime, insignificante ou feia, porém jamais risível. A necessidade da representação humana aproxima as pessoas, que conseguem enxergar naquela cena, algo possível de acontecer com elas ou com seus próximos. Tal constatação de certa forma explica a força “viral” dos vídeos com teor cômico nas redes sociais e apps de mensagens.
- A insensibilidade sempre acompanha o riso. Segundo o autor, a emoção é o maior inimigo do riso, o que não significa que não possamos rir de alguém que nos inspira piedade ou mesmo afeição. Apenas será necessário “desligar” tais sentimentos momentâneamente para que o riso apareça.
- O nosso riso é quase sempre coletivo, o que, de certa forma, oculta uma “segunda intenção” quase de cumplicidade com as outras pessoas que riem. Relatos observam que o riso do espectador, no teatro, é tanto maior quanto mais cheia esteja a sala.
- A felicidade e o bom humor são características que sempre destacam o indivíduo dentre seus pares. Bergson cria a expressão “riso social” para expressar o quanto o riso une as pessoas aos seus pares de afinidade
O riso é bom para tudo
Por isso é tão importante que adotemos o ato de RIR como uma vitamina diárias para a nossa saúde. Quem ri mais, vive mais! Um estudo da Universidade Wayne, de Detroit, descobriu que aqueles que riam mais viviam, em média, mais sete anos.
O cômico exige algo como certa anestesia momentânea do coração para produzir todo o seu efeito. Ele se destina à inteligência pura.
BERGSON, 1900, p. 13
Freud também estudava o efeito do humor e do riso na vida das pessoas. Em sua obra “Os Chistes e sua Relação com o Inconsciente” (1977), Freud associa o alter ego (um outro eu, inconsciente, uma tentativa de assumir características que não são suas) ao sucesso do humor como linguagem. Pode-se entender que, nesse contexto, a disseminação de conteúdos baseados no humor, nas redes sociais e aplicativos de mensagem, pode caracterizar a nossa intenção, deliberada ou não, de assumir um ego mais leve, bem humorado, mordaz, características positivas para a maioria das pessoas. Num português mais simples, seria aquele fenômeno de quase todo entrevistado responder que o que mais admira no seus pares é o BOM HUMOR.
Foto do dia
Rir e fazer rir é a melhor credencial para ser socialmente aceito na nossa sociedade. Se você tivesse que cortar alguém da lista da sua festa de aniversário e suas opções fossem um cara super bem humorado e outro mais introspectivo, caladão, quem você escolheria? Essa é fácil.
Quantas vezes você já riu hoje? E ontem? Que tal adotar o essa prática como sua vitamina diária? Eu tô dentraço!! Pratico isso várias vezes ao dia há 46 anos 😉
Forte abraço!!
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