Mais empatia, por favor – Um post e uma foto por dia – 2 de janeiro

Quando éramos crianças, quem nunca ouviu dos pais, avós ou tios “não faça com o outro o que não gosta que façam com você”? Isso nada mais é do que os primeiros registros do nosso encontro com essa palavra linda e tão necessária: a empatia. Costumo sempre dizer que hoje a falta dela é o principal problema da humanidade.

Se colocar no lugar do outro, tentar enxergar o mundo pelos olhos de outrem, faz com que a gente expanda muito nossa sensibilidade, nos tornando pessoas melhores, que é – pelo menos deveria ser – o nosso principal objetivo em vida. Só que a empatia é uma conquista, na grande maioria das vezes, tardia… Deveria já nascer conosco e até vejo isso bem mais frequente nas crianças dessa geração, mas historicamente, os pequenos são cruéis… Na escola temos os primeiros “confrontos” de ideologia, classe social e de lá nascem muitos traumas. Hoje essa postura tem nome: Bullying.

Para mim a empatia chegou bem tarde, apenas na maturidade. Já sacaneei muito coleguinha de escola, já fiz muita piada de gosto duvidoso… Hoje, muito envergonhado, vejo que já fui até racista e homofóbico. Muitas vezes isso é “estrutural”, entra na nossa cabeça tão cedo que você acaba praticando sem perceber. Tenho muita vergonha de escrever isso, mas ouvi muito da minha mãe que “ela preferia ter um filho ladrão ou traficante, do que um filho viado”. Por anos ouvi e repeti expressões como “trabalho de branco” e “criado mudo”. Nascer e crescer num ambiente tóxico e discriminatório é um fardo que precisa ser eliminado. Graças a Deus as gerações estão evoluindo e melhorando, pelo menos nesse sentido.

Pois é, já fui um cara BEM ESCROTO, mas depois que você tem filhos, tudo muda. A sensação de que seus pequenos possam encontrar alguém “ruim como você” pela vida, faz que tudo tenha outra importância e foi aí que me encontrei com a empatia.

Cadê a empatia, minha gente?

EMPATIA vem do grego pathos que pode ser definido como todos os sentimentos que uma pessoa experimenta, como sofrimento, paixão, tristeza, ira etc. Os gregos colocavam o prefixo syn- (com) para formar sympatheia, que significa “experimentar juntos um sentimento e compartilhá-lo”, daí vem a nossa SIMPATIA. O contrário de sympatheia é antipatheia, palavra formada com o prefixo anti- (contra), que virou nossa ANTIPATIA. Se o prefixo negativo a- for colocado, temos a APATIA, que seria a “falta de interesse na outra pessoa”. Quando usada com o prefixo en- formamos empatheia, a nossa querida EMPATIA, que seria a “capacidade de uma pessoa de pôr-se no lugar de outra, de participar afetivamente no que a outra sente”.

Foto do dia

Hoje vivemos um novo momento importante e histórico. Um momento em que “minorias” historicamente “sem voz” passaram a ser ouvidas, ganhando respeito. Como toda coisa “nova”, precisa ser aprendida. O que era engraçado e perfeitamente aceitável há anos, hoje não é mais. Precisamos cada vez mais plantar essa sementinha da empatia nos nossos filhos e lutar para que isso não mereça tanto destaque, porque nesse dia já será algo mais normal. Isso chama-se EDUCAÇÃO.

Coisas simples que podemos fazer no nosso dia a dia, fazem uma grande diferença no mundo

• Eu sou professor e tento sempre deixar o quadro limpo para o próximo colega que vai entrar na sala.
• Se você usar um banheiro público, use o como se fosse o da sua casa! Não faça nada no chão, porque além de deixar o lugar utilizável para o próximo usuário, não sobrecarregará quem tem que limpar toda sua bagunça… SIM, TÊM PESSOAS QUE LIMPAM TODAS AS SUAS SUJEIRAS, elas parecem invisíveis, mas existem e precisam ser respeitadas.
• Quando fizer uma comida gostosa em casa ou aquele café quentinho, lembre-se dos porteiros que naquele momento podem estar sentindo fome ou frio.
• Está dirigindo e alguém precisa sair da garagem na sua frente? “Perca” esse 8 preciosos segundos na sua vida e deixe o cara entrar à sua frente. Pense que poderia ser você naquela situação.
• Enfim, tente ver o mundo pelos olhos de quem nos cerca.

Distribua sorrisos e dê bom dia… Já será um grande começo.

Acreditar que a humanidade tem jeito é o que nos mantém vivos. Façamos a nossa parte. Eu, toda vez que estou com as minhas filhas na rua e passo por um gari trabalhando, dou “bom dia” e olho para elas esperando a mesma reação. Quando estou num carro de aplicativo e uma delas entra, esbaforida, já falando algo comigo, pergunto “Já falou com o moço/tio?”. É pouco para curar os males do mundo? Pode ser, mas exercitar isso me traz paz ao coração. O Prof. Karnal dá uma aula nesse vídeo sobre EMPATIA.

Pense nisso. Enxergue mais quem está à sua volta. Comece com pequenos gestos e vá crescendo. Juntando o que eu tento fazer, com o que você está fazendo e assim por diante, a gente vira o jogo. Mais empatia, por favor!

Hoje ainda é 2 de janeiro, o ano só se inicia e ainda dá bastante tempo de acordar para a importância da EMPATIA. Conte pra mim o que você acha um bom exemplo de empatia.

Até a próxima

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