separacao

A separação

Ninguém começa um relacionamento pensando na separação. Se começasse, seria possível prever uma série de problemas, mas, infelizmente, isso é muito difícil. Quando você se apaixona por alguém, transfere para sua “cara-metade” uma série de expectativas que no final das contas será o grande balizador do término dessa relação. Eu tenho dois casamentos – e meio – no “currículo”, além de alguns namoros longos e posso dizer com toda convicção que a pior coisa do mundo é terminar uma “vida” com uma pessoa para quem você disse “eu te amo” milhares de vezes e não reconhecê-la… Ler, ouvir e ver coisas que fazem pensar na tenebrosa frase “Foi com essa pessoa que eu fiquei tanto tempo?”.

A maturidade me trouxe uma necessidade quase vital: a separação não pode ser um término de contato com aquela pessoa. É muito ruim “deletar” a pessoa da sua vida, parecendo que esse tempo não existiu, principalmente se houver filhos envolvidos. Até entendo que no “começo do fim”, uma distância seja salutar, porque as feridas precisam curar e isso leva um tempo… Mas depois, poder conversar eventualmente, encontrar de “cabeça erguida” os familiares na rua ou até mesmo trabalhar junto, é muito bom, ou, como naquela célebre campanha publicitária “Não tem preço”.

Existe receita para uma separação tranquila?

Separação com filhos
Com filhos, a separação é ainda mais complicada

Não, definitivamente não. Tenho um ótimo relacionamento com minha segunda ex-esposa (com a qual tenho um filha linda), daqueles que chamam a atenção de todos. Após a separação continuamos a frequentar juntos festas de amigos em comum, eventualmente dou carona ou empresto meu carro para ela resolver problemas dela ou da nossa filha e, mais recentemente, meu sócio a convidou para trabalhar na nossa empresa. No começo fiquei um pouco assustado, mas hoje tudo flui perfeitamente, assustando quem não sabe da nossa pretérita relação… “Nossa, vocês são ex-marido e mulher? Que moderno!!” é uma frase recorrente que a gente ouve.

Não dá para explicar para todo mundo o caminho que fez com que a gente chegasse nessa relação pós separação, mas acho que algumas coisas foram importantes.

3 pontos para não descuidar na separação

  • Prometer respeito mesmo após o término – sei que isso pode parecer bobo e facilmente burlável após o fim da relação, mas acho fundamental. Olhar no olho e dizer “Se um dia a gente terminar, que mantenhamos o respeito pelo outro, PRINCIPALMENTE para que nossa filha continue a conviver em harmonia com os dois e que não percamos a admiração do outro” fez muita diferença para nós. Acho que todas as vezes que ela me irrita (sim!! Me irrita muito, está longe de ser um conto de fadas), lembrar dessa promessa me acalma um pouco e me lembra quem EU SOU;
  • Ser a mesma pessoa por quem o outro se apaixonou – isso é, com certeza, o mais importante! Se você era amável, continue sendo. Se você era atencioso, continue sendo. Se você era companheiro/amigo, se chegava junto (na grana, nos problemas, nas doenças etc), continue sendo. Não existe uma lei que diga que você é obrigado a ser escroto após a separação. Muito pelo contrário! É isso o principal fator de desgosto após o término de um relacionamento.
  • Um novo amor não obriga a mudar a sua essência – nada melhor que um novo amor, o coração palpitando, novas promessas, expectativas, enfim, é tudo de bom. Só que se você quiser agradar o seu novo amor, sendo ruim com seu ex-amor, na verdade você estará dando um recado claro: quando nós terminarmos, também farei o mesmo com você. Muitas vezes esse novo amor te pressiona para isso, sem perceber que está jogando contra o seu próprio time. É como ser convidado para um novo emprego e quando o cara perguntar “Quando você pode começar?”, você simplesmente ignorar quem te empregou até o momento e dizer “Agora mesmo”. Eu, como contratante, sempre risquei da lista quem não respondeu pedindo ao menos um tempo para terminar o que estava em aberto na atual empresa, evitando deixar o atual patrão na mão.

Separação: perguntas frequentes e sugestões de respostas bem objetivas

Opa, opa, opa… Escrever é muito fácil!!! E o novo relacionamento, que muitas vezes te pressiona não entendendo essa proximidade toda e achando que no fundo “nada acabou”… O que fazer? Essa a mais simples de todas as respostas: faça com que seu novo amor se coloque no lugar do outro!

“Você não acha essa sua ex próxima demais de você, não?”
R. Não, não acho… Ela é minha ex-mulher/namorada, não minha inimiga. Você gostaria que se um dia nós terminássemos, eu te tratasse como uma inimiga?

“Pagar plano de saúde para a ex-mulher já é demais, né?” (Se ela ainda for dependente financeiramente)
R. Não, não acho. Se ela ficar doente, você vai cuidar da minha filha no lugar dela?

E a melhor de todas:

“Cara, essa relação próxima de vocês não me desce!”
R. Não precisa se preocupar! Se estamos juntos é porque quero você! Se eu quisesse ela, estaria com ela. Simples assim.

Portanto, o importante é sair de cabeça erguida do relacionamento, fazendo com que a separação sirva de aprendizado para o próximo relacionamento. Eu continuo aprendendo todos os dias, com meus erros e com as histórias que escuto por aí. Tem um história boa para me contar? Quem sabe não faço um texto inspirado nela? É só mandar para voutecontar@homem40.com.br, sigilo garantido!!

Até a próxima!

 

 

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